Por: Camila Konrath

Os pequenos grandes músicos do projeto Construindo Música fizeram uma apresentação na Câmara de Vereadores de Gramado em dezembro de 2016.

Os pequenos grandes músicos do Construindo Música fizeram uma apresentação na Câmara de Vereadores de Gramado em dezembro de 2016.

A Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho (FMSS) e o Grupo RBS selecionaram cinco projetos da área da Cultura para receber financiamento em 2016. As iniciativas foram escolhidas por meio de editais para destinação de recursos decorrentes da Lei Rouanet.

Os projetos aprovados para captação foram: Banda Musical Auxiliadora (São Leopoldo – RS); Construindo Música (São Leopoldo, Campo Bom, Esteio e Porto Alegre – RS); Fazendo Arte no Veterano (Novo Hamburgo – RS); Lapidando Talentos (Campos Novos – SC); 1, 2, 3, fazendo arte outra vez (Florianópolis – SC).

Conheça abaixo como os recursos serão investidos.

Banda Musical Auxiliadora

Conhecida como Casa Auxiliadora, a Associação Beneficente Nossa Senhora Auxiliadora é uma entidade sem fins lucrativos situada na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Dedicada ao auxílio de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, a Casa, que funciona desde 1996, foi berço do projeto Banda Musical Auxiliadora.  

Inicialmente criado com o nome “Fanfarra Infantil” em 2006, o projeto foi aprimorado em 2012, com a entrada de antigos integrantes que se uniram aos jovens com um esforço conjunto, passando a realizar aulas de música com cerca de 30 crianças, adolescentes e voluntários de São Leopoldo.

Com os investimentos da Lei de Incentivo à Cultura (Rouanet), os membros da banda recebem, atualmente, aulas de teoria musical, prática de instrumentos e ensaios gerais, além de apresentações periódicas em diversos eventos pelo Estado. Seu repertório mescla estilos tradicionais de desfiles como dobrados militares, músicas populares, peças clássicas, hinos, músicas espanholas, italianas, alemãs e brasileiras, entre outros.

As aulas de instrumentos e musicalização só foram possíveis a partir da aquisição de instrumentos para a Banda Musical Auxiliadora, conquistados através da Lei Rouanet. Com os instrumentos adequados em mãos, o grupo pode se desenvolver e realizar experiências culturais e musicais, resultado de ensaios semanais e muita dedicação.

Fazendo Arte no Veterano

Fazendo Arte no Veterano é uma iniciativa do Atlético Clube Veterano com a consultoria da empresa Idealize, oferecendo oficinas de dança e música instrumental para 100 crianças e adolescentes, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Depois de anos de dedicação à prática do futebol como lazer, o clube investe atualmente na comunidade do bairro Canudos, com a inserção de projetos sociais como o Fazendo Arte no Veterano.

O projeto nasceu da vontade e da necessidade de oportunizar a inclusão social, promovendo a cidadania entre crianças que não têm acesso a atividades culturais. Com aulas dadas no contraturno escolar, os jovens recebem oficinas de dança e música, permitindo efetiva redução da exclusão social. Os aprendizados são focados na cultura gaúcha e na sua preservação com oficinas que abordam diferentes aspectos da cultura regional.

Construindo Música

Construindo Música é realizado pela Idealize Cultural Produtora em parceria com o grupo musical Mas Bah!, levando aulas de música com diferentes instrumentos para 15 crianças e adolescentes em quatro cidades do Rio Grande do Sul: São Leopoldo, Campo Bom, Esteio e Porto Alegre.

Lilian Druzian e Alex Mello, coordenadores do projeto, organizaram aulas semanais com músicos integrantes do grupo Mas Bah!. Eles se dividiram para atender os núcleos em diferentes municípios. As instituições atendem jovens em situação de vulnerabilidade.

Na cidade de Esteio, os aprendizes são filhos da Cooperativa de Catadores de Lixo, a Cotri. Em São Leopoldo, os alunos são internos da Casa Aberta, uma fundação de apoio à criança e ao adolescente. Em Campo Bom, a Escola Presidente Vargas participa com os únicos alunos que já tiveram aulas de música anteriormente. 

As oficinas de aulas de música tiveram início em agosto de 2016 e os jovens puderam se organizar e realizar ensaios para a apresentação especial no teatro da Câmara de Vereadores de Gramado. As turmas, além de fazer um som com o Mas Bah!, foram visitar os parques temáticos de Gramado: de dinossauros, passando por museu de cera a carros antigos. “O projeto visa proporcionar experiências como a que fizemos em Gramado, para que eles se sintam a atração do evento e ganhem passeios legais”, explica Alex Mello, coordenador do Construindo Música.

1, 2, 3, fazendo arte outra vez

O projeto idealizado pela Fundação Hassis, em Florianópolis, Santa Catarina, contempla a edição e a publicação de 1.000 exemplares do livro 1, 2, 3, fazendo arte outra vez, com autoria de Monique Fonseca Rodi, que traz atividades artísticas destinadas ao público infantil. A proposta é que as crianças possam fazer arte, estimulando sua criatividade e imaginação pela Matemática. A obra propõe a resolução de desafios com o uso das obras do artista plástico Hiedy de Assis Corrêa, mais conhecido pelo seu nome artístico Hassis.

A Arte possibilita o desenvolvimento de atitudes essenciais para o indivíduo como o senso crítico, a sensibilidade e a criatividade. No processo de aprendizagem em Artes Visuais, a criança exterioriza seu mundo interno, sua personalidade e seu modo de ver e de sentir as coisas. Ela traça um percurso de criação e construção individual que envolve escolhas, experiências pessoais, aprendizagens, relação com materiais e sentimentos.

Se fizermos um passeio pela história da Arte, desde a Antiguidade Clássica observamos a simetria na Arte grega. Na Arte Romana, os mosaicos usavam soluções de matriz, arcos, distribuição das cores, ocupação espacial. Nas mais diversas manifestações artísticas, é possível desenvolver o desenho, a ocupação do espaço da folha, todo movimento de criação (composição), o uso da linha, plano, ponto, textura, cores. Ou seja, ações que desenvolvem habilidades matemáticas. Para a Fundação Hassis, idealizadora de 1, 2, 3, fazendo arte outra vez, praticar Arte é praticar Matemática de uma forma mais intuitiva e lúdica.

Lapidando Talentos

O projeto Lapidando Talentos, do Instituto Humaniza, leva a 80 crianças e adolescentes de escolas públicas de Campos Novos, Santa Catarina, a musicalização como ferramenta de qualificação cultural. Os alunos têm aulas de acordeon, violino, gaita, percussão e canto.

Lapidando Talentos, realizado através da Lei Rouanet, com patrocínio da Enercan e da FMSS, poderia ter caído na vala comum e ser apenas mais um projeto que mantém as crianças ocupadas para evitar o ócio. No entanto, se transformou em um projeto referência no sul do Brasil. Com 80 crianças inseridas e cerca de quatro meses de aulas de violino, gaita, percussão e canto, formou-se a Orquestra Sanfoclássica de Campos Novos que já é digna dos palcos das melhores Orquestras”, afirma Magna Regina Tessaro Barp, presidente do Instituto Humaniza.